Maradona(2)

Copa do Mundo de 1982

Outro jogo contra a Hungria, desta vez na Copa de 1982. Maradona marcou na partida, vencida por 4 x 1, os seus dois primeiros gols em Copas
A Argentina, detentora do título, realizou contra a Bélgica o jogo inaugural da Copa do Mundo de 1982. O time, no papel, era ainda melhor do que o de 1978: reunia a campeã espinha-dorsal formada por Ubaldo Fillol, Daniel Passarella, Mario Kempes, Osvaldo Ardiles, Américo Gallego e Daniel Bertoni somada com as estrelas do título de juniores de 1979, Maradona e Ramón Díaz.[32] Dieguito já era conhecido internacionalmente, ainda mais após a venda para o Barcelona, concretizada pouco antes do mundial.
A estreia de Maradona em Copas, porém, seria desagradável. Ele foi repetidamente chutado e derrubado pelos belgas, chegando a receber entradas violentas pelas costas e ser puxado de cima da bola. Porém, o árbitro tchecoslovaco Vojtech Christov não tomou nenhuma medida contra os adversários, que venceram por 1 x 0.[5] A Argentina recuperou-se e se classificou após vencer Hungria, em que ele marcou seus dois primeiros gols em Copas, em goleada de 4 x 1,[30] e El Salvador. A segunda fase seria decidida em quatro grupos com três países, com cada grupo conferindo uma vaga nas semifinais. A Argentina enfrentaria Itália e Brasil.
Maradona contra Claudio Gentile, seu duro marcador na partida contra a Itália.
O primeiro jogo foi entre argentinos e italianos e novamente Maradona seria caçado em campo, com uma truculenta marcação individual de Claudio Gentile. Após levar socos, chutes e joelhadas do início ao fim, foi Maradona, e não Gentile, a receber o cartão amarelo do juiz romeno Nicolae Rainea, que entendia que o argentino reclamava energicamente sem cabimento.[5] A Itália venceu por 2 x 1 e praticamente obrigou a Argentina a vencer os brasileiros para haver chances reais de classificação.
Contra os rivais, Maradona finalmente veria um cartão vermelho em uma falta desleal que lhe envolvia. Porém, o autor da infração era ele, após desferir com a sola do pé um chute, pensando ser em Falcão,[32] nos testículos de Batista. Cinco minutos antes do fim do jogo,[5] perdido por 1 x 3, Maradona saía de campo e da Copa. Permaneceu na Espanha, para jogar pelo Barcelona. Reconheceu mais tarde que a seleção vivia um ambiente festeiro e excessivamente confiante antes do torneio.[32]

Copa do Mundo de 1986

A célebre "Mão de Deus", em que Maradona socou a bola para encobrir Peter Shilton e abrir o placar contra a Inglaterra.
Maradona foi convocado para o segundo mundial do México com algumas críticas. Alguns setores da mídia questionavam a escolha do técnico Carlos Bilardo em chamá-lo e ainda por dar-lhe a tarja de capitão.[33] Maradona ainda não havia triunfado totalmente no Napoli. Na Itália, ainda era considerado apenas um bom jogador e malabarista.[6] Mesmo assim, o respeito que despertava em Bilardo era tão grande que o treinador não usaria na competição o convocado Daniel Passarella, estrela e capitão do título da 1978, mas desafeto de Dieguito.[34]
Maradona novamente apanhou na estreia, contra a Coreia do Sul, vencida por 3 x 1. No jogo seguinte, marcou o gol argentino no empate em 1 x 1 contra a campeã Itália. A classificação veio após vitória por 2 x 0 sobre a Bulgária. As oitavas-de-final seriam contra os rivais do Uruguai de Enzo Francescoli. Maradona teve um gol anulado e, instigado, realizou a melhor partida de sua vida, de acordo com o próprio. A Albiceleste eliminou a Celeste por 1 x 0, em dia em que ele afirma ter realizado bem todas as jogadas.[6] O próximo adversário da Argentina seria a Inglaterra.
Maradona, entre Terry Butcher e Shilton, concluindo para as redes seu segundo gol contra os ingleses, tido como o mais bonito da história.
Era a primeira vez que ambos se enfrentavam após a Guerra das Malvinas e um clima bastante tenso rondava a partida, fazendo com que o próprio exército mexicano patrulhasse as arquibancadas e as redondezas do Estádio Azteca, chegando a haver tanques nas ruas. O primeiro tempo terminou sem gols. No início do segundo, após driblar marcadores, Maradona passou a bola para um companheiro, que a perdeu. Steve Hodge, zagueiro adversário, chutou alto e a bola foi em direção ao goleiro Peter Shilton. Maradona continuou a correr e, com o punho cerrado, jogou a bola por cima de Shilton, vinte centímetros mais alto, fazendo com que a bola entrasse no gol inglês. A despeito dos protestos dos britânicos com o árbitro, o tunisiano Ali bin Nasser, o gol foi validado.[5] Curiosamente, não era a primeira vez que ele fazia isso: em jogo do campeonato italiano de 1984/85 contra a Udinese de Zico, marcou dessa forma e ali, também, a trapaça não fora anulada.[35]
Em espaço de alguns minutos, o argentino marcaria outro gol igualmente célebre. A Argentina trocava passes em seu campo de defesa quando Maradona pediu a bola. Ele estava de costas para o campo de defesa inglês quando recebeu, tendo em volta três adversários: Hodge, Peter Reid e Peter Beardsley. Quando Beardsley aproximou-se para disputar a bola, Maradona girou em sentido contrário, saindo do meio-de-campo e avançando na meta inglesa. Reid o perseguiu sem sucesso e Terry Butcher foi facilmente deixado para trás, assim como Terry Fenwick.[5]
A trivela de Maradona contra a Bélgica, no lance que abriu o placar nas semifinais.
Butcher continuou correndo atrás, tentando ainda um carrinho quando Maradona tocou para as redes no momento em que Shilton tentou bloqueá-lo. A Argentina se fechou, chegando a sofrer gol de Gary Lineker a dez minutos do fim e quase levar empate do mesmo Lineker depois, mas conseguiu manter a vitória e se classificou. Após a partida, Maradona declarou que "se houve mão na bola, foi a mão de Deus", para o delírio da torcida argentina, sentindo-se vingada.[5] O outro gol, por sua vez, seria o eleito em 2002 o mais bonito da história das Copas.
Se a Guerra das Malvinas motivara os argentinos contra os ingleses, Maradona continuou especialmente motivado nas semifinais. Reencontraria a Bélgica, que tanto lhe chutara em 1982. Para aumentar a animosidade, o goleiro adversário Jean-Marie Pfaff declarou antes da partida que "Maradona não é nada de especial".[36] Apesar de novas pancadas, El Pibe perseverou e anotaria dois lindos gols no segundo tempo. No primeiro, passou por dois zagueiros e venceu Pfaff com um chute de trivela. Vinte minutos depois, na entrada da área belga, virou para um lado, avançou para o outro, fingiu que passaria a bola, gingou, deixou quatro adversários para trás e bateu novamente Pfaff. A Argentina voltava a uma final.
Maradona com a Copa nas mãos.
O jogo seria contra a Alemanha Ocidental. Maradona, desta vez, não marcou. O técnico alemão, Franz Beckenbauer, ordenara que Lothar Matthäus marcasse de perto o argentino. Ainda assim, o primeiro gol surgiu em razão dele: Matthäus cometeu uma falta em Maradona que Jorge Burruchaga cobraria para José Luis Brown abrir o marcador. Todavia, Maradona continuou dominado por Matthäus até cinco minutos do fim do jogo. Após estarem perdendo por 0 x 2, os germânicos haviam acabado de empatar heroicamente. Foi quando Maradona recebeu a bola e, entre dois adversários, deu belo passe para Burruchaga fazer 3 x 2.[5] Ao final, como capitão, ergueu a Copa que, na opinião geral, ganhara praticamente sozinho.[1]

Cquote1.svg Não me assustei [após os alemães conseguirem o empate em 2 x 2]. Quando voltamos à metade do campo para reiniciar [a partida], (...) olhei Burru e lhe disse: 'veja que estão mortos, já não podem correr. Vamos movimentar a bola que os liquidaremos antes do fim [do tempo normal]'[32] Cquote2.svg
Sobre o final da decisão de 1986.

O título lhe faria ser coroado o melhor jogador do mundo pela revista Onze d'Or, premiação que receberia novamente no ano seguinte, após o primeiro título italiano com o Napoli. A Bola de Ouro, por sua vez, ainda era restrita a jogadores europeus, o que só terminaria em 1995. O prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA só seria criado em 1991.

Copa do Mundo de 1990

Quando o mundial começou, Maradona, bem diferente dos dois anteriores, era um jogador totalmente consagrado internacionalmente. Além de líder do bicampeonato mundial argentino, havia, finalmente, dado títulos importantes à até então inexpressiva equipe do Napoli. Mesmo na Copa América de 1989, a terceira que disputou e não venceu, encantara: no jogo contra os uruguaios, apenas o travessão o impediu de fazer um gol do meio-de-campo no Maracanã.[37] Declarou antes da Copa do Mundo que teriam de "arrancá-la de suas mãos". Embora seu relacionamento com o técnico Bilardo já não fosse tão boa, conseguiu impor-lhe novamente sua opinião na escalação: se em 1986 não queria que Passarella jogasse, em 1990 pressionou o treinador para chamar o amigo Claudio Caniggia.[32] Mas a relação com os italianos em geral, principalmente do norte, talvez fosse pior.[5]
Em razão de sua consagração, foi novamente caçado na estreia e a Argentina, supreendida com o futebol talentoso mas ao mesmo tempo violento de Camarões, que teve dois jogadores expulsos, perdeu por 0 x 1 para os africanos.[5] Após a partida, na coletiva de imprensa, ironizou que "o único prazer desta noite foi descobrir que graças a mim os italianos de Milão deixaram de ser racistas: hoje, pela primeira vez, apoiaram os africanos",[32] em alusão à cidade onde realizara-se o jogo, a mesma onde localizava-se o Milan e a Internazionale, os maiores rivais do Napoli na época. No jogo seguinte, os campeões encararam a União Soviética, que se entusiasmou após o goleiro argentino titular, Nery Pumpido, machucar-se sozinho e sair de maca aos dez minutos.
Os soviéticos passaram a pressionar o reserva, Sergio Goycochea, e abririam o placar com uma cabeçada de Oleh Kuznetsov se a mão de Maradona não entrasse em cena novamente. A bola ia entrando nas redes quando ele apareceu e puxou-a aos seus pés com a mão direita, para mandá-la para longe, e a irregularidade novamente não foi punida pelo árbitro,[5] o sueco Erik Fredriksson. Os argentinos venceriam por 2 x 0 e, após empatar em 1 x 1 com a Romênia, passaram por pouco à segunda fase apenas como um dos melhores terceiros colocados, sistema que passara a vigorar naquele mundial.
A Argentina enfrentaria nas oitavas-de-final o Brasil, que havia conseguido três vitórias em três jogos. Com tantas pancadas na primeira fase, Maradona entrou em campo com as pernas e coxas cobertas de equimoses e com uma inchação permanente em seu tão chutado tornozelo esquerdo,[5] que mais parecia uma bola.[32] Isso obrigou-lhe a praticamente apenas caminhar em campo na maior parte de partida. Os brasileiros, melhores em campo, chegaram a acertar três vezes as traves de Goycochea quando, a oito minutos do fim, Maradona finalmente acelerou em campo com a bola nos pés. Atraiu a marcação de quatro jogadores, deixando Claudio Caniggia totalmente livre.[5] Maradona entregou a bola a ele, que só teve o trabalho de vencer Taffarel.
O heroísmo quase deu lugar à vilania contra a Iugoslávia, nas quartas-de-final. A partida terminou em 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação. Nos pênaltis, Maradona cobrou mal e Tomislav Ivković defendeu. Mesmo com Pedro Troglio também desperdiçando sua cobrança, os sul-americanos avançaram após Goycochea defender os chutes de Dragoljub Brnović e Faruk Hadžibegić - Dragan Stojković já havia errado anteriormente a sua, chutando no travessão.
A semifinal prometia nova atmosfera tensa. A Argentina enfrentaria a Itália, que tanto vinha odiando Maradona. Para completar, o jogo seria em Nápoles. Uma bandeira da Argentina chegaria a ser arrancada da concentração da seleção e Maradona pediu intervenção da embaixada.[32] Mais uma vez, ele apelou a seu público napolitano que torcesse pela Argentina. E boa parte de sua audiência contumaz realmente se sentiu incapaz de torcer contra o ídolo.[1] Os anfitriões saíram na frente e sofreram o empate no meio do segundo tempo - era o primeiro gol que a Itália tomava na Copa. Na jogada, Maradona passou a bola para Julio Olarticoechea cruzar para Caniggia desviar com a cabeça das mãos de Walter Zenga, que ainda não havia tomado gols no torneio. Novamente, os argentinos encararam os pênaltis na Copa. Desta vez, Maradona marcou o seu. Goycochea defendeu outra vez duas cobranças, de Roberto Donadoni e Aldo Serena, e a Albiceleste tirou a Azzurra do caminho. Mais do que nunca, os italianos sentiam um verdadeiro ódio contra Maradona,[5] que declarou que eliminar os anfitriões foi o seu maior feito em Copas, "por todos os significados que teve, embora tenha me custado um montão de coisas depois. (...) Você não imagina o prazer".[6]
Não foi surpresa que ele tenha sido vaiado antes e durante todo o jogo, na final, novamente contra a Alemanha Ocidental. Durante a execução do hino nacional argentino, preferiu, ao invés de cantá-lo, soltar palavrões inaudíveis ao público.[38] Ele pouco pôde fazer na partida: a Argentina estava mais enfraquecida na Copa do que nunca, desfalcada de quatro titulares, suspensos: Caniggia, Olarticoechea, Ricardo Giusti e Sergio Batista. Pedro Monzón seria ainda expulso no início do segundo tempo. Os alemães conseguiram a revanche, vencendo com um único gol, de pênalti, a cinco minutos do fim. Os argentinos não perdoariam a marcação a penalidade, duvidosa, e o árbitro mexicano Edgardo Codesal. Gustavo Dezotti, posteriormente, também seria expulso e Maradona receberia um cartão amarelo por reclamação. Ao final da partida, o estádio inteiro se alegrou quando o telão transmitiu o rosto em lágrimas do argentino, que se recusou a apertar a mão do presidente da FIFA, João Havelange, ao receber a medalha de prata.[32]
Esquecendo-se que trapaceara em 1986 e no próprio mundial de 1990, Maradona declarou: Isto foi uma trama armada pela FIFA. Fomos punidos por vencer a Itália, que era a equipe que a FIFA queria que ganhasse esta Copa do Mundo. Há uma máfia no mundo do futebol. Aquele pênalti não existiu. Foi dado de graça para que os alemães vencessem.[5] Ele escreveria em sua biografia, anos mais tarde, que um dia antes da decisão, quando os argentinos foram realizar o reconhecimento do gramado, que Julio Grondona - presidente da AFA e um dos vice-presidentes da FIFA - comentara-lhe que estava com um mau pressentimento, de que os argentinos já estariam fora do título.[32]

Copa do Mundo de 1994

Maradona, após a suspensão de quinze meses dada pela FIFA, ficou três anos sem jogar pela Argentina partidas oficiais.[30] Em fevereiro de 1993, voltou a vestir a camisa alviceleste para um amistoso contra o Brasil celebrativo do centenário da Associação do Futebol Argentino,[39] e outro contra a Dinamarca pelo Troféu Artemio Franchi, amistoso que reunia o campeão sul-americano e o europeu.[30] Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994, porém, não vinha sendo utilizado, e sem ele o país não vinha se dando bem: na última partida, chegou a ser goleado por 0 x 5 pela Colômbia em plena Buenos Aires e só não foi desclassificado porque o Paraguai não saiu de um empate com o Peru em Lima. Um clamor crescia a cada dia pelo retorno do astro,[7][40] finalmente chamado de volta para os dois jogos da repescagem, contra a Austrália. O primeiro gol após voltar veio em abril de 1994, em amistoso contra o Marrocos.[30]
Após recuperar milagrosamente a velha forma, Maradona começou a Copa do Mundo de 1994 dando espetáculo. Marcou de fora da área contra a Grécia e, em famosa comemoração, rugiu com os olhos esbugalhados para uma câmera. Contra a Nigéria, demonstrou fôlego incansável [5] e inspirou os argentinos a vencerem de virada. O milagre por trás da perda de treze quilos - de 89 para 76 [32] - em um tempo assustadoramente curto antes do torneio foi revelado em novo antidoping, que detectou efedrina. A droga, além de ser usada para emagrecer,[1] era também um poderoso estimulante. Para a Seleção Argentina não ser desclassificada, Maradona teve de jurar inocência [5] e a Associação do país teve de retirar seu nome do elenco.[4]

Cquote1.svg Sentia que havia jogado um partidaço, estava feliz. Veio essa enfermeira a buscar-me e não suspeitei de nada. O único que fiz foi olhar à Claudia [esposa], que estava na tribuna, e lhe fiz um gesto como dizendo-lhe: 'e essa, quem é?'. Estava tranquilo porque havia feito controles [antidoping] antes e durante o mundial e todos davam bem.[32] Cquote2.svg
Sobre após a partida contra a Nigéria, sua última em mundiais

O episódio gerou bastante revolta na Argentina. Para os mais exaltados, Maradona, que recebera a solidariedade do tenor Luciano Pavarotti, declarado usuário de efedrina, estava sendo vítima de uma conspiração da FIFA. De acordo com a teoria de conspiração, a própria entidade, temerosa que a falta de grandes astros fizesse do mundial dos Estados Unidos um fiasco, havia autorizado informalmente que Maradona usasse substâncias ilícitas para voltar à forma e jogar a Copa. No entanto, suas exibições teriam extrapolado o que a FIFA queria dele, ameaçando interesses de outras seleções.[5] Fato é que Maradona, declarando ser este o episódio mais triste de sua carreira, afirmou: "me cortaram as pernas. Era meu último mundial e iríamos ser campeões".[6]
A Argentina em 1994, ao contrário das Copas anteriores, onde o talento se limitava a Maradona, reunia jogadores de renome: Claudio Caniggia se consagrara em 1990 e a seleção tinha também Gabriel Batistuta, Fernando Redondo e Ramón Medina Bello em grande forma.[1][40] Eles, sem a companhia de Maradona, haviam conquistado as Copas América de 1991 e 1993, torneio que Dieguito não conseguira ganhar nas três ocasiões em que participou (1979, 1987 e 1989).
Porém, os companheiros não conseguiram superar o baque com a saída de Maradona. A Argentina perdeu a última partida da primeira fase por 0 x 2 para a Bulgária e novamente só se classificou como uma das melhores terceiras colocadas, sistema que não seria mais utilizado a partir da Copa seguinte. Nas oitavas-de-final, veio a eliminação perante a Romênia, jogo em que ele chegou a comentar para um canal de televisão.[32] O jogo contra a Nigéria deixou Maradona, em sua quarta Copa - um recorde entre os argentinos - como o jogador que mais partidas disputou no torneio. Poderia ter sido mais - houve certa pressão para que o agora técnico Daniel Passarella o chamasse para a Copa do Mundo de 1998, mesmo com Maradona já aposentado.[17]
Posteriormente, seu recorde seria superado por Lothar Matthäus em 1998 (em sua quinta Copa, o alemão alcançou a 25ª partida) e igualado por Paolo Maldini em 2002 (a quarta e última do italiano).

Legado

Estátua de Maradona acompanhada das de outros ícones argentinos: Carlos Gardel e Eva Perón.
Maradona não jogaria mais pela Argentina até 10 de novembro de 2001, quando foi realizada uma partida comemorativa em La Bombonera. O jogo foi contra um combinado de estrelas, dentre elas Enzo Francescoli, Éric Cantona, Davor Šuker, Hristo Stoichkov, René Higuita, Nolberto Solano e até o compatriota Juan Román Riquelme.[41]
A Argentina conseguira vencer a Copa do Mundo de 1978 sem Maradona. Porém, foi com ele no auge da carreira liderando a Seleção que a Albiceleste, já sem Mario Kempes, Osvaldo Ardiles, Ubaldo Fillol e Daniel Passarella, conseguiu com elencos fracos chegar a outras duas finais de Copa do Mundo, e saindo-se vencedora na de 1986. O país continuou a revelar bons talentos, mas nenhum conseguiu preencher com a mesma mística o vazio deixado com a saída um tanto precoce de El Pibe. Talvez por isso, a Seleção chegou a manifestar o desejo de aposentar o número 10 em sua camisa por ocasião da Copa do Mundo de 2002, mas foi impedida pela FIFA.[32]
O melhores resultados em Copas foram três eliminações nas quartas-de-final, em 1998, 2006 e 2010, nesta sendo ele o treinador. Mais do que isso, todo jogador promissor a surgir no país recebe o fardo de "novo Maradona": a alcunha já caiu a diversos nomes, como Claudio Borghi, Diego Latorre (ambos despontaram com Dieguito ainda em boa forma; Borghi chegou a integrar o elenco campeão mundial de 1986), Marcelo Delgado, Ariel Ortega, Marcelo Gallardo, Hernán Crespo, Juan Román Riquelme, Leandro Romagnoli, Javier Saviola, Pablo Aimar, Andrés d'Alessandro, Carlos Tévez, Lionel Messi e o mais recente, Sergio Agüero, dentre outros

 

Fonte: Wikipédia.