Clube dos 13

Clube dos Treze (oficialmente União dos Grandes Clubes do Futebol Brasileiro) é o nome recebido por uma pessoa jurídica com sede em Porto Alegre, formada em 11 de Julho de 1987 para defender os interesses políticos e comerciais dos 20 principais clubes de futebol do Brasil (entre eles todos os 18 campeões brasileiros). Negocia os direitos de transmissão de campeonatos como o Brasileiro com as emissoras de rádio e TV. Também dialoga com a CBF acerca das formas de disputa dos campeonatos nacionais.

Fundação do Clube dos 13

A CBF estava em crise no ano de 1986 - pois estava com problemas financeiros, divergências políticas internas, vários insucessos (como no caso da derrota para Estados Unidos e Marrocos na concorrência para sediar a Copa de 1994) e chegando a perder a autoridade em alguns casos. Em 1987, o presidente da CBF - Octávio Pinto Guimarães, anunciou que a entidade não organizaria o Campeonato Brasileiro daquele ano por falta de condições. [1]
Ao saber disso, Carlos Miguel Aidar - presidente do São Paulo na época, ligou para o vice-presidente da entidade - Nabi Abi Chedid, para confirmar se o anúncio feito Octávio Pinto Guimarães era verdadeiro. Nabi Abi Chedid, além de confirmar o anúncio, deu o aval para os clubes organizarem o Campeonato Brasileiro de 1987 (caso quisessem).[1]
Então o dirigente são-paulino propôs aos presidentes dos times mais tradicionais e populares daquela época; que formassem uma associação entre os clubes e organizar o Brasileirão de 1987.[1]
Assim, no dia 11 de julho de 1987, após uma reunião no Morumbi - dirigentes do São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco da Gama, Botafogo, Fluminense, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Internacional, Grêmio e Bahia - fundaram a União dos Grandes Clubes Brasileiros (conhecida popularmente como Clube dos 13);[2] para então organizarem o Brasileirão.

Finalidade

A União dos Grandes Clubes Brasileiros (conhecida popularmente como Clube dos 13), não foi fundada apenas para a organização do Campeonato Brasileiro de 1987. Tinha também a finalidade para que os clubes tivessem uma autonomia maior, além de defender os interesses dos clubes.[2]
As propostas básicas defendidas pelo Clube dos 13 - naquela época e que constam em sua ata de fundação eram:[2]
  1. Sobre o Brasileiro de 1987 - organizado pelo C13:
    1. Contariam com 13 clubes naquele ano (Foram incluídos os times Coritiba, Santa Cruz e Goiás - para cumprir a única exigência feita pela CBF);
    2. Disputado turno e returno;
    3. Classificam-se para a disputa do título: o campeão do turno, campeão do returno e a equipe que fizer mais pontos (somando os pontos do turno e returno);
    4. A disputa do título seria realizado em um triangular - sendo o campeão, o time que fizer mais pontos no triangular.
  2. Os clubes integrantes do C13 abriam mão da verba da Loteria Esportiva em 1987 – principal fonte de receita na época; em troca de terem autonomia total;
  3. Em 1988 a 'Primeira Divisão' teria 16 clubes (E no máximo 20 clubes na Primeira Divisão em 1988); a Segunda Divisão B - também com 16 clubes; a Terceira Divisão seria regionalizada. Tendo o Acesso e descenso entre as divisões a partir de 1989;
  4. Diminuir o número de clubes nos nacionais e estaduais a partir de 1988;
  5. Jogos só no fim de semana em 1988. No máximo cinco rodadas nas quartas-feiras;
  6. Conselho Arbitral nas séries A e B. Conselho dos clubes decidiria fórmulas de disputa dos campeonato;
  7. Só os clubes votariam nas eleições na CBF (os presidente das federações estaduais compunham o colégio eleitoral até então);
  8. Voto qualitativo – determinado pela classificação das equipes nos campeonatos;
  9. Convocação de jogadores para a Seleção seria facultativa, e clubes teriam de ser previamente consultados antes da divulgação da lista;
  10. Calendário planejado e fixo a partir de 1988.
Vendo o sucesso financeiro e de popularidade conquistados pela Copa União de 1987 (organizada pelo C13), a CBF voltou atrás e decidiu que organizaria o Campeonato Brasileiro de 1987. Assim acabou gerando uma polêmica, já que a entidade quis mudar o regulamento da Copa União (organizada pelo C13).
A partir da edição de 1988, a CBF passou a organizar e administrar a Copa União (criada pelo C13) - fazendo com que o Clube dos 13, tivessem como sua única finalidade a negociação dos direitos de transmissão. Com isso os clubes integrantes do C13 acabaram perdendo a autonomia conquistada (que tiveram ao organizar a Copa União em 1987) e o Clube dos 13 passou apenas a negociar os direitos de transmissão.

O Clube dos 13 a partir de 1988

Diante do sucesso da Copa União, a CBF e o Clube dos Treze se acertaram e voltaram a trabalhar juntos. Em 1997, Coritiba, Goiás e Sport passam a fazer parte do grupo. Dois anos depois, Atlético-PR, Guarani, Portuguesa e Vitória também são incorporados. Em 2000, a CBF teve problemas jurídicos e foi o C-13 quem organizou a Copa João Havelange, dividida em quatro módulos, totalizando 116 times de três divisões. O Vasco sagrou-se campeão.
A entidade foi fundada por 13 clubes (daí o nome, Clube dos Treze). Posteriormente, outros sete clubes foram aceitos como participantes, totalizando 20 membros. A viabilização do Clube dos 13 se deu através do Plano de Marketing da Copa União - nome dado ao módulo verde do Campeonato Brasileiro de 1987 - desenvolvido por João Henrique Areias, na época gerente de eventos e promoções da IBM Brasil e VP de Marketing do Flamengo que o comercializou com a ajuda de Celso Grellet, VP Marketing do São Paulo, com TV Globo, Coca Cola, Varig, Editora Abril e Dover (indústria de plásticos).
Em um mês foram arrecadados 6 milhões de dólares, suficientes para cobrir as despesas com viagens e estadias do evento (estimadas em 1 milhão de dólares) e criar novas fontes de recursos para os clubes. Além disto, a média de público de mais de 20 mil pessoas por partida não foi superada até hoje. Este campeonato foi a ação mais visível do trabalho desta entidade. Foi uma forma de protesto contra os campeonatos promovidos pela C.B.F., pelo excesso de clubes que formavam o Campeonato Brasileiro no passado e pela adoção de um modelo de campeonato mais rentável para os grandes clubes que formam o Clube dos Treze.
Em 2000, o Gama, por não ter aceitado o seu rebaixamento à Série B em 1999, com apoio do Sindicato dos Técnicos de Futebol do Distrito Federal, do deputado Aldo Rebelo e do PFL (posteriormente denominado DEM), entrou com uma ação na Justiça comum exigindo sua reintegração à série A. Em Junho de 2000, o processo ainda não havia sido julgado em todas as instâncias, o que impediu a CBF de publicar o regulamento do campeonato que deveria iniciar em seguida. Sendo assim, a CBF não pôde realizar o campeonato daquele ano. Diante dessa situação, o Clube dos 13 assumiu a organização do campeonato de 2000, o qual ficou conhecido por Copa João Havelange.
No ano de 2007, dirigentes do Atlético Mineiro, Botafogo, Cruzeiro, Flamengo e São Paulo criaram um canal de participação permanente dos associados por não estarem conformes com a forma de gestão do presidente Fábio Koff. Mas, com a não aceitação da proposta, os dirigentes, revoltados, retiraram-se da reunião e a ruptura entre os clubes parece iminente, sendo que, a partir de agora, segundo nota oficial do tricolor paulista,[3] "São Paulo, Botafogo, Flamengo, Cruzeiro e Atlético-MG se encontram em sessão permanente, e, juntos, tomarão as medidas necessárias em defesa de seus interesses, sempre abertos ao diálogo com os demais clubes." Os clubes, porém, se mantiveram filiados.
Em 2010, foi reeleito [4] o presidente Fábio Koff, vencendo o opositor Kléber Leite, que era apoiado por Ricardo Teixeira, presidente da CBF. Estavam em jogo muitas negociações entre os membros para arrecadação de votos. O vencedor com 12 votos a 8 foi Fábio Koff, que está na presidência desde 1995. Votaram a favor de Fábio Koff: Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Guarani, Inter, Palmeiras, Portuguesa, São Paulo e Sport. Votaram a favor de Kleber Leite: Botafogo, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Goiás, Santos, Vasco e Vitória
No dia 23 de fevereiro de 2011, o Corinthians requereu sua desfiliação do Clube dos 13 por não concordar com a forma em que a entidade estava negociando os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para os anos de 2012, 2013 e 2014 com os diversos meios de comunicação interessados.[5][6][7] O mesmo caminho foi seguido pelo Botafogo no dia 25 de março do mesmo ano.[8] Anteriormente, o clube, junto com Flamengo, Fluminense e Vasco, já havia anunciado que iria negociar seus direitos de transmissão diretamente, sem mediação do Clube dos 13,[9] posição seguida posteriormente também pelo Coritiba[10], pelo Cruzeiro[11] e pelo Vitória, Santos, Goiás, Sport e Bahia.

Membros

Fonte: Wikipédia.