O Grêmio é o clube de futebol com o segundo maior número de associados no Brasil, segundo dados de 2009.[13] O Tricolor possui pouco menos de 60 mil associados em dia, conforme dados de fevereiro de 2011.[14] A renda que os sócios geram ao clube chegava a dois milhões de reais mensais em julho de 2009.[15]
Além disso, conforme pesquisa do instituto Ibope realizada em junho de 2010, o Grêmio tem a sexta maior torcida do Brasil do Brasil, com 4% (com margem de erro de 1,2 ponto percentual) da preferência nacional, o que equivale a 7,7 milhões de pessoas. À sua frente, há apenas clubes dos estados Rio de Janeiro e São Paulo.[16] O instituto Datafolha registra que o Tricolor também tem a sexta maior torcida do país, com 3% da população nacional de seguidores, segundo dados de abril de 2010.[17] Segundo o mesmo centro de pesquisas, em pesquisa realizada no início do ano, o clube tricolor tem 44% da preferência dos gaúchos e de 47% dos porto-alegrenses.[18] No estado, conforme o Top of Mind da revista Amanhã, 53,3% dos gaúchos citaram o Grêmio como o time de futebol mais lembrado em 2010; há quinze anos o clube é o mais lembrado em tal área.
1903-1936 – O início e o amadorismo
Foto dos jogadores do Grêmio em 1904, ainda com uniformes nas cores havana e azul
A história do Grêmio data de antes de sua fundação. Porto Alegre, em 1903, tinha 120 mil habitantes.[1] Um fato importante para a criação do clube foi a disputa de um jogo de futebol entre o primeiro e o segundo Rio Grande, uma exibição preparada em 7 de setembro de 1903 e realizada no campo da Várzea (atual Parque Farroupilha).[2] Após o esvaziamento da bola da partida, o paulista Cândido Dias da Silva, um comerciante sorocabano, emprestou a pelota que trazia. Em troca do favor, ele recebeu lições de como se fundar um clube de futebol;[2] oito dias depois, trinta e dois homens se reuniram no Salão Grau, restaurante de um hotel da rua 15 de Novembro (atual rua José Montauri), no Centro de Porto Alegre e fundaram o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.[3]
A primeira sede oficial do clube foi declarada como sendo na rua Santa Catarina, número 47 (atual rua Dr. Flores, no centro de Porto Alegre). Carlos Luiz Bohrer foi nomeado presidente. No dia 30 de setembro, as cores do clube foram decididas: as camisetas seriam havana e azul listradas horizontalmente com uma faixa branca na cintura, calções e meias pretas. À época, também definiram-se outros acessórios já obsoletos, como gravatas (na cor branca) e boné.[4]
O primeiro jogo do recém fundado clube ocorreu em 6 de março de 1904, contra o FussBall Club Porto Alegre, fundado no mesmo dia que o Grêmio. Em uma jornada dupla (dois jogos na mesma tarde), o Grêmio garantiu as duas primeiras vitórias de sua história, vencendo ambos por 1 a 0.[4] Em 20 de julho de 1904, o uniforme foi mudado para um modelo metade azul metade preto.[4]
Sem estádio, os treinos nos anos inicias eram realizados na várzea do Gravataí (local do atual Aeroporto Salgado Filho), na várzea da Redenção, perto da Gruta da Glória, no Morro da Polícia e no bairro Floresta. Em 1904, a direção resolveu construir um estádio próprio. O local escolhido ficava no bairro Moinhos de Vento, próximo do Prado da Independência e do clube Tiro Alemão (onde atualmente localiza-se o clube Caixeiros Viajantes). A área pertencia a Hemetério Mostardeiro (família que possuía a maior parte das terras da região e dava nome informal ao local: Mato Mostardeiro), herdada de seu pai, Antônio José Gonçalves Mostardeiro. Tradicionalmente, era um local frequentado por famílias ricas da Capital. Com um empréstimo junto ao Brasilianische Bank Für Deutschland, o clube comprou a propriedade dos Mostardeiro por dez contos de réis. O jogo de inauguração ocorreu em agosto de 1904 entre duas formações do próprio clube. Em abril de 1911, após vender títulos a sócios por cinquenta mil-réis, o Grêmio comprou mais uma quadra dos Mostardeiro e expandiu o "Fortim da Baixada"; o novo pavilhão, apelidado de Pombal, ficou pronto em outubro de 1912. Em 1918, este pavilhão foi reformado e tornou-se a primeira sede própria do clube.[5]
A tradição, portanto, começou a se criar. Alguns anos depois, em 18 de julho de 1909, o primeiro jogo contra o Sport Club Internacional, que mais tarde se tornaria o seu arquirrival, foi disputado, com vitória de 10-0 para os tricolores. No ano seguinte, foi criada a 1ª Liga de Clubes de Porto Alegre, por ideia vinda do Grêmio. Posteriormente, foi realizado o Campeonato Citadino de Porto Alegre, o qual o Tricolor venceu ininterruptamente de 1911 a 1915. Mesmo amador, o clube já jogava contra equipes de outros estados, ou até mesmo países.[3]
Na década seguinte, a hegemonia do clube se seguiu. O pentacampeonato metropolitano (1919-1923) e o título de três Campeonatos Gaúchos (1921/22 e 1926), competição esta criada em 1920. Os anos 1930 continuaram dando combustível ao desenvolvimento do Grêmio. Conquistas como o tetracampeonato de Porto Alegre (1930-1933) e o bicampeonato gaúcho (1931/32). O auge de tal era foi 1935, com o famoso Grenal Farroupilha, nome dado, na verdade, ao campeonato citadino inteiro, por ocasião do centenário da Revolução Farroupilha. Ao ganhar do tradicional rival, o Tricolor sagrou-se campeão. Esta foi a última partida de Eurico Lara, que havia começado a jogar pelo clube em 1920, transformando-se em uma lenda do clube. Portanto, tal época proveu ao clube tanto títulos quanto o início da sua tradição e respeito.[3][7]
1937-1953 – O profissionalismo no clube
Após uma onda de profissionalizações do futebol na América do Sul, no início da década de 1930, o Rio Grande do Sul resolveu também migrar para esse novo modo de gerenciar o futebol. No ano de 1937, foi criada no estado a Especializada, departamento profissional filiado à Federação Brasileira de Futebol. Esta fez um campeonato metropolitano não relacionado com o antigo citadino, realizado pelo Federação Rio-Grandense de Desportos (atual Federação Gaúcha de Futebol), que era filiada à Confederação Brasileira de Desportos. Até 1939, mesmo ganhando os três metropolitanos, o Grêmio não se classificou para o Campeonato Gaúcho, por causa de tal divergência, é dirimida nos anos 1940. Com a criação do Conselho Nacional de Desportos, o profissionalismo foi oficialmente adotado pelo Tricolor.[3]
No final de 1949, o Grêmio realizou a primeira temporada no exterior de um time gaúcho ao ir para a América Central.[8] No ano seguinte, já pensando em construir um novo estádio, visto que a Baixada estava se tornando insuficiente para o clube, foi realizado um concurso para escolher uma proposta de estádio. No dia 8 de janeiro de 1951, foi escolhida a proposição de Plínio Oliveira Almeida, Naum Turquenitch e Edison Ribeiro.[9]
Em 1952, o Grêmio contratou pela primeira vez em sua história um atleta negro, Tesourinha. O jogador veio do Vasco da Gama.[10] Contudo, na década de 1920, já havia jogadores afro-descendentes no clube, porém, não de forma oficial: Adão Lima (de 1925 a 1935), Hélio e Mário Carioca (ambos na década de 1940) e Hermes da Conceição (1947 a 1950) já haviam jogado no Tricolor, anteriormente.[8]
Em 1953 e 1954, o Grêmio fez a sua segunda excursão internacional, desta vez pelo México), Equador e Colômbia.[3] Em abril de 1953, foi iniciada, finalizada apenas em 1954.[8][9] Telêmaco frazão de Lima era o treinador.[8]
1954-1980 – O estádio e o hepta gaúcho
Estádio Olímpico é a sede do Grêmio desde 1954.
Em 19 de setembro de 1954, o Grêmio inaugurou o seu maior projeto desde a sua fundação: o Estádio Olímpico. Com capacidade para 38 mil pessoas, ele tinha um só anel. No jogo de inauguração, o Grêmio venceu o Nacional, de Montevidéu por 2-0. O presidente, na época era Saturnino Vanzelotti.[9]
Nos anos seguintes, o Grêmio disputou treze campeonatos e venceu doze. Conquistou o pentacampeonato Gaúcho e Metropolitano (1956-1960) e o heptacampeonato Gaúcho (1962-1968), sendo esta a maior sequência de títulos do Gauchão do clube.[3] No Gauchão de 1956, bateu o Pelotas; nos anos seguintes, venceu na final o Bagé, o Guarany de Bagé e o Clube Esportivo Aimoré, respectivamente.[8] O Campeonato de 1960 foi decidido em jogos entre quatro equipes (Grêmio, Pelotas, 14 de Julho e Esporte Clube Nacional).
O Tricolor também participou da Taça Brasil, que reunia os campeões estaduais, em quase todos estes anos, tendo sido três vezes semifinalista (1959, 1963 e 1967). Também jogou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, e atingiu seu ponto máximo em 1967, quando chegou ao quadrangular final, mas acabou ficando em quatro lugar. Esta época também deu ao clube os títulos do Campeonato Sul-Brasileiro de 1962, de forma invicta, e da Copa Río de La Plata, em 1968 (esta a primeira conquista internacional).[3] Seguindo a onda iniciada no estado pelo Cruzeiro, de Porto Alegre, que havia excursionado à Europa em 1953, o Tricolor também foi ao Velho Continente, em 1961 e 1962.[3][11]
Em 1970, o Grêmio teve a primeira convocação de um jogador para a Seleção Brasileira em ano de título mundial. Everaldo foi convocado para o escrete e ganhou uma estrela na bandeira do tricolor.[3][12] Após o início da década de 1970 contar com domínio do adversário em relação aos Campeonatos Gaúchos, o Grêmio conseguiu, em 1977, reverter a situação e voltar a ser campeão do estado, onze anos após seu último título desse tipo. O Tricolor venceu o Internacional na final por 1-0, com gol de André Catimba e ficou com a taça. Este fato é tido como uma retomada do Grêmio, que culminou em grandes conquistas na década de 1980.[13]
1981-1982 – Prenúncio de conquistas
Os anos 1980 começaram bem para o Grêmio. Já em 1980, o time foi campeão do Gauchão. No Campeonato Brasileiro, uma sexta colocação foi conseguida, aquém, porém, dos melhores desempenhos na década passada (quinta em 1973 e 1974). No âmbito de patrimônio, o Estádio Olímpico foi ampliado e se tornou o "Olímpico Monumental", vista a grandeza da construção. O presidente na época era Hélio Dourado.[14] Em 1981, apesar de não ganhar o torneio regional, o Grêmio teve o seu melhor ano desde a sua fundação: conquistou o Brasileirão, que contava, então, com quarenta e quatro times. A final foi em um jogo emblemático contra o São Paulo, no Estádio do Morumbi, em que o Grêmio fez 1-0, com um gol de Baltazar. A partir daí, o Grêmio iniciou uma época de ascensão.[3]
1983 – O melhor ano da história
No ano de 1982, foi vice-campeão brasileiro, perdendo para o Flamengo na final, que só foi decidida em um jogo-desempate. Na sua primeira participação na Copa Libertadores da América, o time acabou sendo eliminado na primeira fase, mas ganhou experiência para a próxima Libertadores, a ser disputada no ano seguinte.[15]
Pode-se afirmar que, em termos de títulos, 1983 foi o melhor ano do clube em cento e seis anos de história. Neste espaço de tempo, uma Taça Libertadores e um Mundial Interclubes, títulos inéditos para o Rio Grande do Sul. A primeira conquista foi feita em etapas: na primeira fase, o Tricolor foi campeão de seu grupo e "se vingou" (por causa do Brasileirão do ano anterior) do Flamengo, que não se classificou; na segunda fase, o time disputou um triangular com o Estudiantes de La Plata (com quem jogou a Batalha de La Plata, em que o time se viu obrigado a ceder o empate ao adversário depois de estar vencendo por 3-1, pela falta de condições de segurança) e com o América de Cáli; vencido o grupo anterior, a final estava desenhada contra o Peñarol, que foi batido por 3-2 no placar agregado (1-1 e 2-1), com destaque para as atuações de Tita (que marcou o gol em Montevidéu), César (que fez o gol decisivo em Porto Alegre) e Renato Portaluppi (que cruzou para o gol de César.[3]
Com a vitória na Libertadores, o Grêmio se classificou para disputar o Mundial Interclubes em Tóquio, contra o Hamburgo, que havia ganhado a Copa Europeia (antecessora da Liga dos Campeões da UEFA), vencendo a Juventus na final. Priorizando, obviamente, o Mundial, equipe acabou ficando na terceira colocação do Gauchão daquele ano. O dia da grande partida da história do clube foi 11 de dezembro de 1983, e o local era o Estádio Olímpico de Tóquio. Após sair vencendo com um gol de Renato Portaluppi, o Tricolor cedeu o empate aos alemães nos minutos finais. O jogo, então, foi para a prorrogação. No tempo extra brilhou a estrela de Portaluppi, que, aos três minutos marcou o gol. Como não era morte súbita, o time ainda sustentou o resultado até o final do jogo e comemorou o título, o maior do clube.[3] Renato, o herói do jogo, foi eleito o melhor em campo. Em Porto Alegre, a torcida comemorou em êxtase. Na volta para casa, o Grêmio ainda venceu a Los Angeles Cup, na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, ao ganhador do América do México nos pênaltis (4-3) após empate de 2-2. Ao chegar em Porto Alegre, a delegação dos campeões desfilou pelas ruas em um carro de bombeiros..[16]
1984-1990 – Mais títulos
Em 1984, o Grêmio não repetiu o ano anterior por detalhe. Após chegar novamente à final da Libertadores, foi derrotado pelo Independiente, pelo placar agregado de 1-0 (0-1 em casa e 0-0 fora). Contudo, o clube foi hexacampeão gaúcho (1985-1990).[3]
O título deu uma visibilidade enorme para o clube, que foi convidado para participar de vários torneios no exterior. Alguns dos mais importantes vencidos pelo time foram ; o Troféu Palma de Mallorca (Espanha) e a Copa Rotterdan (Países Baixos), em 1985; e o bicampeonato da Copa Phillips (Países Baixos e Suíça) em 1986 e 1987. Contudo, o clube já participava de torneios no estrangeiro anteriormente, visto que ganhou a Copa El Salvador del Mundo (El Salvador) e o Troféu Ciudad de Valladolid (Valladolid), ambos em 1981.[3]
Em 1991, o Grêmio chegou pela segunda vez à final da Copa do Brasil, tendo sido derrotado pelo Criciúma de Santa Catarina, equipe treinada por Luiz Felipe Scolari, que ainda nesta década se consagraria como um dos maiores técnicos da história do Tricolor Gaúcho.
Em 1993, o Tricolor voltou a vencer o Campeonato Gaúcho, que não conquistava de 1990. Nesse mesmo ano, Luiz Felipe Scolari, que já tivera uma passagem pelo clube, em 1987, foi contratado como treinador. Também em 1993, o time voltou à final de um campeonato nacional e foi vice-campeão da Copa do Brasil. No ano seguinte, o time de Felipão não deixou o título escapar, ao vencer o Ceará na final. O título deu direito ao clube de disputar a Copa Libertadores de 1995.[3] O time não disputava tal competição desde 1990, mas, mesmo algum tempo depois de disputá-la pela última vez, foi muito bem.[3]
Jardel, foi um dos principais destaques daquela equipe do Grêmio vencedora dos anos 1990
O time de Felipão contava com o ataque de Paulo Nunes e Jardel e Danrlei no gol, três dos principais jogadores do clube. Mesmo assim, não tinha um grande plantel, mas foi avançando na competição. O ponto alto, antes da final, foram os jogos contra o Palmeiras, pelas quartas de final: em Porto Alegre, 5-0 para os gaúchos e em São Paulo, 5-1 para os paulistas. Na final, o adversário foi o Atlético Nacional, da Colômbia. Com uma vitória de 3-1 em casa e empate de 1-1 fora, o título ficou com os brasileiros.[3]
Entretanto, já no ano seguinte, o clube deu mais uma conquista a sua torcida: o segundo Campeonato Brasileiro, conquistado após derrota em São Paulo contra a Portuguesa de Desportos por 2-0 e vitória pelo mesmo placar em Porto Alegre, com um gol de Aílton, nos minutos finais de partida. Também em 1996, o Tricolor venceu a Recopa Sul-Americana, ganhando do Independiente por 4-1. No ano seguinte, o título mais importante foi a Copa do Brasil, vencida após dois empates contra o Flamengo (0-0 em casa e 2-2 fora).[3]
Em 1999, as conquistas foram a Copa Sul e o Campeonato Gaúcho.[3] No ano de 2000, a direção do clube, então com o presidente José Alberto Guerreiro, firmou um contrato com empresa suíça ISL. A empresa bancaria contratações para o Grêmio, pagando o salário dos jogadores. Com essa parceria, o clube trouxe jogadores como Amato, Astrada, Paulo Nunes e Zinho. Os três primeiros foram pagos pela empresa suíça com três cheques em nome do Grêmio, que chegavam a 500 mil reais, mas os clubes donos de seus passes não receberam o dinheiro, que foi desviado. Após a falência da ISL, foi constado que o Grêmio estava quebrado, visto que teria que pagar por custos que antes a empresa parceira arcava.[17]
Em 2001 o clube venceu a Copa do Brasil em final disputada contra o Corinthians (2-2 em casa e 3-1 fora) e se tornando tetracampeão do torneio.[3]
No ano de seu centenário, em 2003, o Grêmio escapou do descenso apenas na última rodada, com uma vitória sobre o Corinthians, por 3-0. A partir desse ano, o Grêmio enfrentou o auge de sua crise financeira. Por causa da situação deixada pela ISL e pelas administrações passadas, o clube acabou atingindo uma situação insustentável. O Tricolor acabou devendo em encargos trabalhistas para jogadores, funcionários e para clubes.[18] Em 2004, com pouco dinheiro em caixa e uma dívida de 101,7 milhões, o time novamente foi montado sem dinheiro e saiu fraco.[19] No Campeonato Brasileiro, o time conseguiu vencer apenas nove jogos, entre quarenta e seis possíveis e foi rebaixado à Série B pela segunda vez. As dívidas contraídas pelo clube são tidas como fator capital para o rebaixamento do clube.
2005-2009 – A volta por cima
Mano Menezes, uma das principais figuras dessa nova era do Grêmio
Em 2005, ainda sem dinheiro em caixa, o Grêmio continuava em situação quase falimentar. A dívida ascendia a 108 milhões, sendo 56 milhões a curto prazo.[19]Paulo Odone havia assumido a presidência do clube em lugar de Flávio Obino, cujo mandato acabara no ano anterior. Para tentar contornar a situação, o Hugo De León, ídolo do clube foi contratado como treinador.[20] No Campeonato Gaúcho, o time foi mal. Para tentar inverter a situação, Mano Menezes foi contratado para o lugar do uruguaio. Na Série B, o time foi mal no início, mas se classificou entre os oito primeiros e conseguiu disputar o quadrangular final. Nesta fase da competição, desperdiçou chances de ganhar da Portuguesa de Desportos e do Santa Cruz. A ascensão teve de ser decidida contra o Náutico, no Estádio dos Aflitos, em Recife. Depois de ter dois pênaltis marcados contra (desperdiçados pelo adversário) e quatro jogadores expulsos, o Tricolor, ainda assim, conseguiu marcar o gol do título, feito por Anderson. Desse modo , o time conseguiu a subida novamente à Série A.[3]
De volta ao convívio dos grandes em 2006, o Grêmio reconquistou a hegemonia no Rio Grande do Sul ao conquistar seu trigésimo-quarto Campeonato Gaúcho após dois empates (0-0 e 1-1) que deram o título ao Grêmio por causa do gol qualificado. No Campeonato Brasileiro de 2006, o time surpreendeu e chegou em terceiro, após um início irregular, conseguiu organizar o time e chegou na terceira colocação, se classificando para a Libertadores do ano seguinte.
Em 2008, a equipe teve um início de ano conturbado. Vágner Mancini, recém contratado para substituir Mano Menezes, foi demitido do clube com seis jogos disputados e nenhuma derrota.[21]Celso Roth foi contratado para ocupar a sua função.[22] Após as eliminações do Campeonato Gaúcho e Copa do Brasil, pelo Juventude e Atlético Goianiense, respectivamente, uma grande parte da torcida pediu a demissão do treinador. O diretor de futebol, Paulo Pelaipe, que estava no clube desde 2005, quando o clube subiu, acabou saindo da direção por causa dessa pressão. Apesar disso, o novo diretor de futebol, André Krieger deixou Roth no clube. Desse modo, o técnico levou o time ao vice-campeonato do Campeonato Brasileiro, um feito considerável, já que o treinador era desacreditado. Assim, a torcida acabou virando para o lado de Roth. A classificação final no Brasileirão rendeu ao Grêmio a classificação à Libertadores 2009.
Duda Kroeff, filho do patrono do clube, Fernando Kroeff, assumiu como presidente após eleição realizada no ano anterior. Ele venceu Antônio Vicente Martins, candidato da situação.[23] Após mais uma derrota em em Grenal, o técnico Celso Roth foi demitido. Marcelo Rospide, assumiu o cargo de treinador interinamente, até a chegada de Paulo Autuori, no fim de maio.[24]
No Campeonato Brasileiro, o clube terminou com um modesto 8º lugar, mas conseguiu fazer um feito inédito na era dos pontos corridos terminando o campeonato com uma campanha invicta em casa.[27] Na rodada final, o Flamengo derrotou o Grêmio no estádio do Maracanã por dois a um e ficou com o título da competição.[28] O Internacional, além de São Paulo e Palmeiras, teria chances de ganhar o campeonato caso o Tricolor vencesse. Ao término da partida, Duda Kroeff anunciou que Silas seria o treinador do clube na próxima temporada.[29] O presidente do clube também oficializou a contratação de Paulo Paixão para o cargo de preparador físico.[29]
O clube venceu o primeiro turno do Campeonato Gaúcho de 2010 (Taça Fernando Carvalho) ao derrotar o Novo Hamburgo por 1 a 0, no estádio Olímpico Monumental.[31] O time de 2010 comandado por Silas superou uma marca da temporada 1979, em que a equipe era comandada por técnico Orlando Fantoni. O clube venceu quinze vezes consecutivas em competições oficiais. A série começou na vitória de cinco a um contra o Universidade, em 7 de fevereiro, pelo Campeonato Gaúcho e terminou na derrota para o Pelotas por dois a um, válida pela Taça Fábio Koff, em 8 de abril, o segundo turno da mesma competição.[32] Esta derrota provocou-lhe a eliminação na Taça Fábio Koff (segundo turno do Campeonato Gaúcho). Na final do Campeonato Gaúcho, contra o Internacional, campeão do segundo turno, o Grêmio venceu o primeiro jogo por 2-0 no Estádio Beira-Rio e perdeu por 1-0 no Olímpico; com o resultado agregado, o Tricolor foi campeão do estado.[33] Foi o 36º título da competição conquistado pelo clube.
Na Copa do Brasil, após eliminar Araguaia, Votoraty, Fluminense e Avaí, o Grêmio foi derrotado pelo Santos. Após vencer a partida de ida em casa por 4-3, o clube gaúcho perdeu por 3-1 na Vila Belmiro e parou nas semifinais da Copa; o clube paulista seria o campeão daquela edição.[34]
Agosto marcou a troca de comando técnico no clube. Silas, o treinador, e Luiz Onofre Meira, diretor de futebol, foram demitidos no dia 8, após perder para o Fluminense por 2-1 em casa, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.[35]Renato Portaluppi, que treinava o Bahia foi contratado para a função de técnico.[36]
Na estreia de Portaluppi, o Grêmio foi derrotado por 2-0 pelo Goiás em casa e eliminado da Copa Sul-Americana, já que havia empatado a primeira partida por 1-1.[37]
Silas ao sair do Grêmio deixou o clube em péssimas situações, em crise e na zona do rebaixamento. Renato Portaluppi ao assumir o comando, reestruturou o time, levando-o à quarta colocação ao término do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, o Grêmio não dependia apenas de si para se classificar à Copa Libertadores de 2011. Devido a uma mudança da regra, o campeão da Copa Sul-americana tiraria a última vaga do campeonato de seu país. A final entre Independiente e Goiás, realizada após o término do Campeonato Brasileiro, determinou a vitória do clube argentino e, portanto, a classificação do Grêmio à Libertadores do ano seguinte.[38]
Em 2011, o clube disputaria a Copa Libertadores, o Campeonato Gaúcho e o Campeonato Brasileiro. Na fase preliminar da competição continental, eliminou o uruguaioLiverpool com placar agregado de 5-3 e se classificou à sua fase de grupos e pela primeira vez de sua história estreiou com derrota no campeonato brasileiro de 2011.